sábado, junho 23, 2007

Play it again Sam


Uma das citações cinéfilas mais celebradas é o "Play it again Sam".Que afinal o Rick nunca disse ao Sam.

Ryan Adams : Easy Tiger

O mais prolífico compositor da actualidade está de volta. Para quem chegou a editar três albuns por ano, mais de um ano sem nada de novo é uma prolongada ausência. Apesar do seu site estar invadido de soul e hip hop é o velho Ryan que nos surge neste novo album. Com baladas, country e rock. "Tears of Gold", "Rip Off" e "These Girls" são belíssimas.


Na amazon onde o álbum está à venda por $9.99 pode-se ouvir "Everybody Knows" e "Magnolia Mountain". Quem for dado a downloads pode ir até aqui. Diz a Rolling Stone que "Easy Tiger seems to prove that Adams is once again as in touch with the delicate tragedies of life and love as he’s ever been". Na Europa é editado a 25 de Junho. O meu já vem a caminho.

sexta-feira, junho 22, 2007

Sumo de Laranja

Na Jemal el Fna não pude deixar de me lembrar do meu amigo João Paulo. Que aí bebeu o melhor sumo de laranja da sua vida. A laranja marroquina é, de facto, sensacional. E em Marrakesh, à falta de bons vinhos há que degustar os bons sumos. Dos vinhos provaram-se uns sem história Seroua, Semillast e Guerrouane Rosé. Dos sumos provaram-se os do Bagatelle, do Café de la Koutoubia, do La Sultana, do Al-Baraka e duma barraca da Jemal el Fna. Todos excepcionais. Mas não pude deixar de dar razão ao João Paulo. O melhor de todos foi o da barraquinha. Sublime. Distinto, néctar alaranjado, denso, espuma fugaz. No nariz aromas de grande maturação, notas florais e alguma complexidade. Na boca redondo, macio, adocicado, encorpado sem ser pesado, citrinos presentes mas muito delicados, fruto da qualidade das castas empregues no sumo. Final longo, com uma harmonia que impressiona.
E servido em copo longo, fresquíssimo, à temperatura ideal. Ideal para beber ao fim de tarde, ou a acompanhar uma pastilla ou um tagine.

Sinestesias

A cor, os sons, os cheiros. Marrakesh é um festim para os sentidos. Percorrendo as suas ruas sentimos os seus odores, a canela e o açafrão, a música gnaoua e os muezim que clamam os fiéis, o ocre das casas e das muralhas.
As portas e os mosaicos. Um almoço num terraço. Entre heras e videiras. O doce aroma de un hachis. Que comi embalado pelo saxofone que guiava o taxi de Travis Bickle pelos neons de Times Square. O jasmim e a madressilva, os pregões e os cânticos na Jemla el Fna.

Cobras e lagartos, contadores de histórias e videntes. A explosão de cores e aromas no souk das especiarias. Os couros e os cobres. Os jardins da Majorelle e da Menara. As claustrofóbicas e labirinticas ruas da Medina.
Uma cegonha no topo da muralha. O tempo suspenso na esplanada do Café la Koutobia. A delícia de um sumo de laranja. Os figos e os fritos. As buzinas dos carros que, não tendo o charme dos cubanos Cadillac , são relíquias de 30 anos.
E a paz. De um recanto na piscina. Do sol que nos afaga. Da frescura de um terraço. Dos vapores do hamman. E uma sesta ao som de Keith Jarret.

Superstar

Superstar ele é. Não falo do JC, personagem criado por Andrew Lloyd Weber e levado à cena pelo La Féria no Rivoli. Diz quem lá foi que não vale um pechisbeque, quanto mais um anel de rubi. Não, falo-vos de um verdadeiro superstar. Megastar.

Esteve na Opa da PT. Mas não se chama Belmiro. Lucrou com a OPA do BPI. Mas não se chama Ulrich nem Silva. Nem é santo nem da Obra. Embora tenha ar de ter trabalhado nas obras. E agora, dizem que fez uma espécie de Opa. Até há quem lhe chame o Fantasma da Opa. Ou será o Fantasma da Ota, pelo modo desinteressado como patrocina estudos. Até porque como se sabe os centros de excelência são em Alcochete Pelo meio vai criar um fundo. Por que diz, o clube bateu no fundo. E até quer criar um banco. Banco Benfica. Com o Fernando Santos a CEO? Cruzes, agora é que íamos ver os obstipados esgares do engenheiro a desapertar o nó da gravata.
Como cantava o Jimmy, "Hey Joe where do you wanna go?" Eu pensava que a Madeira se resumia a Ronaldo e Jardim. Mas este Zé que virou Joe , comendador da Ordem do Infante, não poderia ter melhor publicidade para a inauguração do Museu Berardo, a inaugurar amanhã no CCB do Mega. Megastar, é o que ele é. Cantem-lhe Hossanas.

Ich bin ein ... Marroquiner

I'll be back, dizia um obscuro personagem. Eu também estou de volta. Depois de um crash informático e excesso de trabalho e reuniões estou de volta. Em Marrakech. Onde me sinto em casa. Ou não fosse marroquino desde pequenino. Vilacondense a estudar na Póvoa, ostentando a alcunha "bileiro" em terra de polacos para quém a sul da Poça da Barca era o deserto. E os marroquinos.
Naquele tempo navegava o Rio Ave de Licinio e Raul por uma recôndita terceira divisão, batendo-se com Limianos e Valpaços, e o Varzim de Artur, Cacheira e Horácio brilhava na 1ª divisão. Foi assim que este marroquino se fez sócio do Varzim na década de 70. Por lá vi a magia de Salif Keita, o Teófilo Cubillas idolatrado pelo Inspector Jaime Ramos, e um barbudo jovem de 17 anos que comigo partilhava os nomes próprios. Mais tarde seria o grande Chalana. O leito do Rio foi-se enchendo e a ascensão à 2ª e depois à 1ª tornou os derbys Rio Ave-Varzim arrebatadores. Duarte, Paquito e Quim contra André, Vitoriano e Zé Maria, gente que sentia a camisola. E eu lá voltei à Póvoa, agora com as cores verde brancas. Dos marroquinos.

domingo, junho 10, 2007

How I wish...

ter lá estado.

Nem precisava de ser na 1ª fila como o Fábio.

sexta-feira, junho 08, 2007

Vintage: Michelle (1965)



Com um abraço para o João, que casou hoje.

quinta-feira, junho 07, 2007

Oye Como Va cancun

É hora de deixar esta Gringolandia chamada Cancun. Parto sem conhecer o verdadeiro méxico. Não o México do Cantinflas e do José Jimenez, do Speedy e da siesta. Mas o México de Taxco, Guanajuato e Zacatecas.
De Diego Rivera e Octavio Paz. De González-Iñárritu e Cuaron, Diego Luna e Gael García Bernal. Que acolheu Eisenstein e Buñuel.
Cancun é hoje um destino de turismo de massas, sem qualidade, transformada nesta altura em GradCity. Em Portugal vai-se para Lloret, nos US vai-se a Cancun. Uma praia líndissima, com um mar de águas quentes, mas batido pelas ondas, mau para quem viaja com crianças. Tempo incerto, com dias de nuvens e vento.

Por isso quem busca Sol e águas quentes pode procurar o Médio Oriente, Mauricias ou Maldivas, Indonésia ou Tailândia. Onde, além do clima "garantido", os hotéis da mesma gama são incomparávelmente melhores. Além do mais, para quem quiser mesmo ver os Mayas, há melhores opções.
O Maroma Hotel, 30 km a Sul é um refúgio que se recomenda. E para quem prefere os grandes resorts a boutique hotels, ao largo de Playa del Carmen a escolha é melhor que em Cancun.

Um novo resort é o Mayakoba que integrará quatro hotéis de topo. Já inaugurado o Fairmont, seguem-se o Rosewood, o Banyan Tree e o Viceroy. Golf a integrar o circuito da PGA, villas com água e piscina, tudo à vossa espera em 2008.

Para os que gostam mesmo de gringolândia para quê ficar com a caricatura, se o original está ali ao lado. É certo que em Cancun moram o Bubba Gump, o Pat O´Brien's que deu ao mundo a Diana Krall e o Hurricane, o Hard Rock Café, o Planet Holywood, até os bifes Ruth Chris. Mas de todos estes franchisings falta o único que vale a pena. O Tony Roma's, "the best ribs on earth". Por isso, para quem gosta do género, South Beach Miami é bem melhor. E tem o Delano ou o Setai. E no Aventura Mall (embora longe do South Coast Plaza) há mais compras a fazer que em todo o Yucatan. E Xcaret? Se gosta de levar os seus filhos a partes temáticos Orlando, com a Disney e a Universal , onde em 3D pode dizer "I believe I can fly".
Sobram então os Mayas. Há pois que, como Carlos e João da Ega correr para apanhar o americano.

quarta-feira, junho 06, 2007

Cenas de Cancun

Antes de viajar até Cancun contactei alguns amigos que por lá tinham passado. Onde jantaram, foi a pergunta. Uns, viajando com crianças, optaram pelo all-inclusive. Escolha sensata, mas redutora. Outros foram até lá ainda muito jovens, ou até em lua de mel. Só se lembram de jantares muito animados, muitamúsica, muito alcool, empregados e clientes aos saltos.

Quis ir mais longe . E parti em busca dos bons restaurantes de Cancun. Cajun, Marisco, Italianos, Mexicanos e Gourmet. Numa busca em crescendo, regada pelos vinhos de Mendoza. Dessa busca aqui se dá conta.

D Day



Uma série de Tv fabulosa, com a marca de Spileberg, na ressaca do "Resgate do Soldado Ryan". A História da E Company da 101st Airborne Division. Imperdível, no final da série, ver as entrevistas com os verdadeiros protagonistas.

DVD: Band of Brothers, na FNAC, €49.90

Tulum


Hoje foi dia de ir até Tulum. Vencidos os 130km em duas penosas horas, lá chegamos à "cidade muralhada" .

As ruínas não sendo tão imponentes como as de Chichen ou Palenque, tem o encanto de se situarem sobre o mar. Para além de terem proporcionado umas excelentes vistas a quem lá viveu, permitem um banho de mar numa praia especial a quem a visita hoje.

A 45 km de Tulum ficam as ruínas de Cobá, cidade que teve no seu apogeu 50000 habitantes e 55km2, e que apesar de grande parte estar escondida pela floresta, valem o esforço para lá chegar.

Desde logo pela imponência da sua "Igreja", com 42m de altura.
No regresso, depois de uma visita a um dos ínumeros cenotes que existem ao longo da costa (alguns deram origem a parques temáticos,a evitar, como Xcaret ou XeHal), almoçamos num pitoresco Oscar y Lalo, que domina a Bahia de Punta Solimão, onde se aconselha uma volta de kayak até aos corais ao largo da baía. Comeu-se um mero que se revelou o melhor peixe grelhado das férias, temperado com a salsa de Célia Cruz e Tito Puente. Prosseguimos então até Playa del Carmen.

A praia é lindissima e o mar mais simpático que o de Cancun. Águas tibias, chicas guapas, bons mergulhos.
É em Playa del Carmen que se situa o tão badalado Hotel Deseo, que as nossas revistas de viagens não se cansam de louvar. O hotel é simpático, com apenas 15 quartos, um design fabuloso e um espaço da piscina de sonho. Até oferece aos hóspedes um kit de praia. Bem necessário porque o hotel fica na 5ª Av., rua pedonal a 100 metros da areia.

terça-feira, junho 05, 2007

Speedy e Silvester



Se o Marques Mendes fosse o Speedy o Silvester seria o Carmona? É possível porque aqui no méxico o escândalo Carmona divide a justiça e o Parlamento.

Quiz Show

O debate entre os candidatos democratas à nomeação para a Eleição presidencial de 2008 colocou-os perante questões... originais. A John Edwards perguntou-se se acreditava no creacionismo ou na evolução. Já Hillary teve de dizer se a sua fé a ajudou a ultrapassar a infidelidade do marido. Claro que a senadora deu a resposta preferida do meu amigo RP: " A fé é que nos salvou".

Foram um momentos altos de um debate em que como canta o Rui Veloso "muito mais é o que nos une que aquilo que nos separa".

segunda-feira, junho 04, 2007

Cielito Lindo



São os nossos votos para amanhã.

O jogo da Pelota

Hoje o dia amanheceu com raios e coriscos. Não havendo assunto a debater no centro de congressos e,pela infrene correria das nuvens e fragoroso cascalhar da trovoada, sem assunto urgente a tratar na praia ou piscina, decidimos ir de abalada à "Boca do Poço dos Itza".

Na viagem o rei sol fez a sua aparição e à chegada a Chichen Itza logo nos recebeu abrasador. Valeu a pena suportar o calor para ver uma potencial novas 7 maravilhas do mundo. (In)felizmente uma turista alemã caiu a descer a majestosa pirâmide de Kuculkan em finais de 2005, pelo que assim não tive de convencer a Cristina a vir comigo até lá cima. Desse essa infausta ocorrência consta que apenas GW Bush calcorreou os sagrados degraus. Costuma dizer-se que no melhor pano cai a nódoa, mas parece que aqui a nódoa se aguentou sem tropeçar.
A imponência da pirâmide impressiona, e nos equinócios emociona ver a luz descer à terra e à cabeça da serpente, símbolo da fertilidade. Ao som dos hippies ou dos Pink Floyd.




Impressionante também o Caracol, observatório arqueológico, com as portas orientadas para indicarem os solstícios, o Templo dos Guerreiros e o Campo onde se jogava o jogo da pelota.


Onde os sacerdotes formavam duas equipas com os melhores, e o líder da equipa vencedora tinha a honra de ser decapitado. Lá para a nossa terra, o líder do vencedor deste ano teve a cabeça no cepo mas lá o pouparam. Mistérios da pelota.
Chegamos ainda a tempo de dois mergulhos na piscina e mais uns capítulos da odisseia de Frei Pantaleão.

domingo, junho 03, 2007

Cucurrucucu Paloma



Música mexicana por Caetano e Morelenbaum no filme de Almodovar "Fala com Ela"

Leituras de Pequeno Almoço (2)

No Miami Herald li que a melhor altura pra comprar acções da Pfizer Inc. e da Glaxo SmithKline Plc é agora. Com as suas acções em baixa e com perto de 20 novos fármacos desenvolvidos pelas companhias para combater o cancro em ensaios clínicos.

As acções de ambas companhias devem subir na próxima semana se os estudos a apresentar no Congresso da American Society of Clinical Oncology mostraram estar à altura dos fármacos da Genentech Inc., o maior produtor de medicamentos contra o cancro, com $5.45 bilhões em vendas no último ano.

A competição levou ao recorde de 646 novas terapais experimentais nos últimos dois anos, estimando-se que em 2010 o mercado dobre para $66 bilhões com o envelhecimento da população.

A frieza dos números mostra que é de negócio que se fala. Herceptin, Tarceva, Avastin e Rituxan são os top-sellers da Genentech cujas acções subiram 338% em 5 anos, comparado com as quedas das suas rivais. A Glaxo com o Tykerb, a Pfizer com o Suten procuram inverter essa tendência. Estes avanços são notícia não apenas em revistas médicas mas na Businessweek, Bloomberg, Forbes ou Financial Times.

O efeito secundário desta luta é que milhões de vidas serão prolongadas. A eficácia comprovada de algumas destas drogas que travam o crescimento tumoral vai aumentar imenso a esperança de vida de tanta gente antes condenada.

Disse uma gestora de um grupo português ligado à saúde que o negócio da saúde é, a seguir ao tráfico de armas, o mais lucrativo. Felizmente, enquanto aquele trás morte, este trás esperança e vida.

Conversa Acabada

Há dias falei de um grande livro que deu um mau filme. Hoje um livro de sarjeta que filme irá dar?

João Botelho fez em 1980 um grande filme "Conversa Acabada". Depois veio um Adeus Português e o casamento com Leonor Pinhão. Segiram-se Tempos Dificeís. Acabou a fazer filmes com adeptos do seu clube.
Agora parece quea sua esposa lhe escreveu o argumento para um novo filme. Baseado no best-seller "Eu, Carolina". Pelo livro e pela autora do argumento, mais o título, "Corrupção", o filme promete. Os razzies deverão estar atentos. Só não se percebe o que lá está a fazer Nicolau Breyner. Este homem não é do norte.

sábado, junho 02, 2007

Siempre Tuga

Esta manhã degladiei-me com as ondas do verde mar do Caribe. Que não são mansas. Foi uma luta intensa mas retemperadora. Longe vai o tempo das ondas curtas.

Do "Aqui Londres" ou da "Voz da América" que levava a verdade a Moscovo. Lembro-me do já distante dia em que em Dallas pude ver a SIC Notícias na televisão do meu quarto. Para mal dos meus peccados nesse Outubro de 2002 a SIC dedicava a sua atenção ao sniper de Washington. E em 2003 em Dana Point tive o prazer de ouvir o ripa na rapaqueca do Jorge Perestrelo enquanto me barbeava.Desde então habituei-me a ligar o laptop no quarto de hotel.
Hoje o mundo é cada vez mais uma aldeia. Refastelado na varanda do meu quarto de Cancun assisti a uma convincente 1ª parte da nossa selecção em Bruxelas. Onde deveria estar com o Zé, o Luís e o Manel. mas dolorosas obrigações profissionais trouxeram-me até Cancun.
Onde graças à TV Tuga pude disfrutar da magia do Deco e do Nani. Com os comentários irrepreensiveis dos narradores da CCTV.

Afinal havia outra

Afinal havia outra. Piscina. É que estava a ser dificil partilhar a leitura da "Casa do Pó" com o Ricky e a Maria, o Alejandro e o seu cariño mio, o Enrique sem a Anna . É no que dá trazer o Nano sem carregador. Ainda pensei em colocar os auriculares Shure para ter silêncio. Que isto de música em piscinas só a do Hard Rock Hotel de Orlando. Em que somos presenteados com um solo do Jimmy Page em plena imersão. Underwater Revival. Um verdadeiro dive-in.

Pois aqui a piscina era infiniti. Sem colunas. Mas com umas camas deliciosas para fazer uma siesta. E um dive-in bar para beber umas Margheritas. E aqui pude mergulhar na escrita densa de Fernando Campos.

A Tábua de Flandres

Demorei a seguir os conselhos da Cristina mas lá descobri o Arturo Perez Reverte. Desta vez, num dia de piscina, li "A Tábua de Flandres". O ponto de partida é um quadro de Van Huys, "Partida de Xadrez" que Julia, ao restaurar descobre ter uma inscrição "Quis Necavit Equitem". Ao tentar decifrar o enigma da partida de xadrez, Julia acaba dentro dela, raínha branca auxiliada pelo cavalo (Muñoz, xadrezista) e o bispo ( o seu mentor, César, antiquário homossexual) numa busca pela identidade da raínha negra. De Capablanca a Borges, de Brueghel a Bach, do Prado ao Rastro, aberturas, enganos e fugas, e um final de dama.

Este livro dava um grande filme, pensei eu. Filme já deu. De Jim Mcbride, que nos anos 80 adaptou Godard em "Breathless", com Kate Beckinsale como Julia. Como é habitual, quem viu o filme, diz que é uma enorme desilusão. Embora Reverte já tenha sido adapatado ao cinema com sucesso em "Território Comanche" e sobretudo em "A Nona Porta" de Polanski. E aguardam-se as aventuras de Viggo Mortensen como Diego Alatriste.


sexta-feira, junho 01, 2007

Leitura de Pequeno Almoço

Li no "Periódico de Quintana Roo" que seguindo a recomendação de uma vidente a Procuradoria Geral do Estado realizou sem êxito buscas numa caverna de Tulum. Procuravam o corpo duma turista israelita desaparecida. A Procuradoria justificava a investigação "dada la buena reputacion de la fuente" e, sobretudo, porque o uso de videntes é uma prática válida nos Estados Unidos.

Fico na dúvida se é o Procurador mexicano que anda a ver TV ou filmes a mais ou se somos nós, na Europa, que mais uma vez andamos atrasados em relação aos norte americanos. Do que é que a PJ está à espera para chamar a Allison Dubois?

Message in a Bottle

Passeava pelas areias da praia, quando recebi uma mensagem. In a bottle, como a do xaroposo "Palavras que não te direi". Kevin por Kevin prefiro o Kline. O amigo de Alex, que foi a Silverado e ao Grand Canyon, falou americano com sotaque francês, comeu a Vanda, e sobreviveu à tempestade de gelo e construiu uma casa.

A mensagem, dizia eu, chegou de Portugal. Da Paula. Tinha bilhetes. Para os Police. A 25 de Setembro no Estádio Nacional, que alguns dizem, é de Oeiras. A notícia fez-me tropeçar numa nova onda. E levou-me até às ondas da ilha da Armona. No Verão de 78. Foi lá que conheci a Roxanne. Depois de ficaram longe de nós tanto tempo, um deles até fugiu para NYC, será que nos vão fazer perder o fôlego?.

Caribe

A minha relação com as Caraíbas e o Caribe tem sido feita de desencontros. Sempre que por lá passo o Sol esconde-se por cima de negras nuvens. Foi assim nas Bahamas, foi assim nalguns dias da minha estada em Cuba. Em que foram mais as horas a praticar tiro ao arco ou shuffleboard que as passadas nas brancas areias da praia.
E os hotéis, apesar das estrelas, nada brilhantes. Fracos mesmo, se comparados com a cintilância das mesmas estrelas noutras paragens, de África ao Oriente, seja ele médio ou extremo. E não falo do Nani ou do Anderson, que esses já são do United. Em Nassau, outra desilusão, fiquei na Paradise Island, no Atlantis. Gigante enfadonho, apesar do casino e de um magnífico aquário, com uma prole de tubarões de fazer corar o nosso Oceanário, que foi cenário espectacular do jantar de aniversário do Pedro. Em Cuba, num Paradisus que se dizia seis estrelas tiveram a ousadia de me servir queijo flamengo a acompanhar o tomate numa apócrifa Insalata Caprese, assim lhe chamavam eles.
Estava com os pensamentos nesses desaires quando hoje me fiz à piscina em Cancun. O hotel, fraco. Hyatt de nome, mas sem nada a ver com os seus homólogos de Orlando ou Chicago. O tempo, chuvoso e encoberto. E as aves raras que literalmente se pavoneavam junto à piscina eram a pedra de um toque de vulgaridade.
Mas o mar, de um tom esmeralda imaculado, o Sol que a espaços nos afagou os melanócitos, uma Margherita irrepreensível e sobretudo uma "Tábua de Flandres" lida de um fôlego criaram em mim a dúvida. Será desta que me reconcilio com o Caribe?