sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Grammys 2008

A Amy já não é a moça roliça que se revelou ao mundo em Frank. Mas, Back to Black mostrou que Amy, mesmo com crack, continua uma força da natureza. Reabilitada.

Só que os prémios que verdadeiramente interessavam eram os que consagraram Bruce Springsteen, com a melhor canção com "Radio Nowhere". E a sua guitarra nesta maravilhosa homenagem a Ennio Morricone.



De decisão impossível era a escolha para melhor alternativo entre "Icky Thump" e "Neon Bible". Ganhou o Jack White, mas os Arcade Fire até num elevador nos encantam.



Mas a surpresa da noite foi a consagração de Herbie Hancock. Uma homenagem de Hancock a Joni Mitchel. Que contou com a colaboração de gente tão dispar, de Tina Turner a Leonard Cohen, de Norah Jones à própria Joni Mitchel. Esta colaboração de Herbie e Joni traz-me à memória o espantoso "Mingus", um dos LP's do meu baú, em que Herbie Hancock ao piano e Wayne Shorter no saxofone se uniram a Mitchell para nos deixaram o legado de Charlie Mingus. "God Must Be A Boogie Man" e "Goodbye Pork Pie Hat" são intemporais. Mitchel que surgiu em 2007 reconvertida em "Shine" e ganhou o "Best Pop Instrumental Performance" com "One Week Last Summer".

Só eu sei porque não fico em casa (1) Never Walk Alone

Para ilustrar a mentira do post anterior, no dia em que o DVD foi lançado, eu estava aqui. Na companhia de uma ilustre trupe de doutores e engenheiros, futricas e tripeiros, uns mais caseiros que outros, cordeiros vestindo a pele de leões. E o Zé que de tanto sofrer com o golo do Ronaldo acabou sem sapatos.

No dia seguinte abalamos à vizinha Liverpool, que nos acolheu cinzenta e húmida, pelo que dela só conhecemos um simpático restaurante italiano, onde almoçamos com a SAD portista, e a sapataria onde o Zè se recauchutou.

Se Old Trafford é imponente, Anfield Road é uma espécie de antigo Bessa em ponto grande, com adeptos que fazem os vimanarenses parecerem gente pacata. O resultado foi o que menos contou. Já se sabia. Mas o ambiente é fantástico. E afinal, sou fã do Liverpool desde pequenino. Do Keegan e do Clemence, do Neal, Callaghan e do Kennedy. E depois do Dalglish e do Rush. E da melhor final de sempre da Champions League. Embora muitos achem que foi esta. A mais dramática.



E muito embora, segundo o amigo PP, esta canção tenha algo de gay, lá em Anfield Road, encostados ao mítico Kop, pudemos sentir o rugido dos melhores supporters do Mundo. Inesquecível.

How I wish I was There (1) Entorpecido



Comfortably Numb
David Gilmour e David Bowie no Royal Albert Hall, Novembro de 2007

Uma das vantagens de ser pai aos 40 é que não posso, ainda, cantar o refrão deste clássico de Roger Waters. Por outro lado, poderia dizer que é por ter duas crianças que não pude ir ver este encontro do Gilmour com o Bowie. Dois dos meus ídolos nos idos de 70. Ainda por cima com uma versão espantosa do "Shine On" com David Crosby e Steve Nash. Uma noite de reencontros. Uma noite para recordar.

David Gilmour Remember That Night Live At The Royal Albert Hall [2006]
DVD na Fnac (27.95€)


quinta-feira, fevereiro 14, 2008

A Feira dos Imortais

O Público nasceu como um grande jornal. Com Vicente Jorge Silva como director, e Jorge Wemans e Raul Vaz como adjuntos. Grandes colunistas por lá passaram. Ministros, escritores, senadores. Suplementos de literatura, economia, espectáculos. O grafismo do jornal era revolucionário, e quando a primeira guerra do Golfo eclodiu, as vendas do jornal dispararam.



Passaram-se 17 anos. Muitos dos que fizeram o jornal grande já lá não estão. O seu director parece cada vez mais submerso numa agenda própria, em trânsito para uma assessoria qualquer. Para além do Cerejo que faz cócegas mas não morde o Sócrates ( Freeport, Ministério do Ambiente, zero), o jornal ficou lamentávelmente marcado pelo apoio dado à intervenção no Iraque.

Continuando a ser o jornal diário de referência, nos dias de hoje isso vale o que vale. Mas hoje, o Público voltou a ser grande. Porque editou a Trilogia de Nikopol, de Bilal. Jill, Horus e Nikopol ao alcance da mão por apenas 6.95€. Obrigatório. Até para quem já tem.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

TABLES DU MONDE (22) PAUL BOCUSE

Paul Bocuse é o decano dos chefs franceses. E um dos pais da nouvelle cuisine, tendo sido designado pela Gault Millau cozinheiro do século XX em 1989. Ele mesmo dá nome a um dos mais prestigiados prémios, o Bocuse D'Or. É em Collonges, junto a Lyon que Bocuse mantém o seu "Auberge", três estrelas Michelin desde 1965.

Em Setembro, numa incursão por Lyon, tive oportunidade de visitar o seu restaurante. De sopas e bolos presidenciais, foie gras, ris de veau, lagostas do maine, pombos e patos saídos da cartola de Merlin, tudo regado com um distinto Chateau Baron Pichon de Longueville, se dá aqui conta, numa refeição que, sendo fabulosa, foi a segunda melhor do fim de semana.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

SuperTuesday



Será da greve dos argumentistas. Ou talvez do calor da luta eleitoral. A polémica começou aqui. Continuou aqui. Acabou da maneira como vimos. Não, não falo da brincadeira Stewart/Colbert/Conan. Falo do fair play de Huckabee, mais conhecido por ser um ex-pregador baptista, conservador, que defensor do papel graciosamente obediente ao seu marido da mulher no lar, que acredita no creacionismo, que é apoiado por Chuck Norris. Mas que também é um guitarrista e baixista nascido para ser selvagem, e que emergiu como o grande sobrevivente da SuperTuesday.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Play of the Century

O Alex Ferguson disse que este livre do Cristiano Ronaldo foi o melhor de toda a história da Premier League. Terá sido.



Mas este passe de Eli Manning para David Tyree foi a jogada do século. Tyree segurou aquela bola como se fosse a jogada da sua vida. E era. No último minuto da SuperBowl, essa jogada foi decisiva para o título que chegou pouco depois. E os New York voltaram, como em Madagascar, a ser Giants. Contra todas as expectativas derrotaram os superfavoritos New England Patriots, liderados por Tom Brady, o melhor quarterback do football americano, cá na Europa mais conhecido por ser o namorado de Gisele Bundchen.

The Day Music Died



A 3 de Fevereiro de 1959 Buddy Holly, Richie Valens e Big Bopper Richardson seguiam num avião que se despenhou a caminho de Fargo, North Dakota. Holly tinha 23 e Valens 18 anos. Don McLean,num belíssimo tributo à memória de Holly, Valens e Big Bopper chamou-lhe o dia em que o rock morreu. Sabemos pelo Neil Young que não foi bem assim.

sábado, fevereiro 02, 2008

Those Dancing Days Are Gone



Alguém me disse que a doce Carla Bruni casou com o Spock do Eliseu. Ardo em ciúme, já que a Bruni mais a Christensen e a Cindy, muito mais que a Claudia, animaram a minha existência nos já distantes anos 80. Por elas nunca era entediante folhear a Vogue. A Christensen, com o seu ar exótico, além de encantar nas passereles deslumbrou num jogo malvado do Chris Isaak. A Cindy levou-me a trocar a Coke pela Pepsi. E também encantou num jogo justo. Onde recebeu várias nomeações para os Razzies. Mas tudo se desmoronou quando casou com Richard Gere. Restava a Bruni. Mas agora tudo acabou. Those Dancing Days are gone. Como foi possível? Depois da Lancia o Spock. Claro. Ele era Le Plus Beau du Quartier.

Dream Ticket



Depois de terem passado meses numa campanha dura e agressiva, Hillary e Barack viram-se para a música de Rui Veloso.

"Recebi o teu bilhete
Para ir ter ao jardim
,,,
E dizer-te cara á cara
Muito mais é o que nos une
Que aquilo que nos separa"

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Strokes

Is This It
Can't you see I'm trying?
I don't even like it. I just lied to
Get to your apartment, now I'm stayingHere just for a while
I can't think 'cause I'm just way too tired..


It´s hard to Explain
Was an honest man
Asked me for the phone
Tried to take control



The End has no End
He want it easy; he want it relaxed
Said I can do alot of things, but I can't do that
Two steps forward, then three steps back
It won't be easy

quarta-feira, janeiro 23, 2008

I´m Not There



Heath Ledger, o cowboy atormentado, foi um dos protagonistas do genial filme de Todd Haynes, "I'm Not there", que nos trás o mito e a música de Dylan. Ledger dera nas vistas como filho com final trágico de Gibson em "O Patriota" e de Billy Bob Thornton em "Monster's Ball". Depois do sucesso de "Brokeback Mountain" protagonizou um premonitório "Candy" onde interpreta um poeta heroinómano. Tinha acabado de ser o Joker no último Batman, e rodava com o Monty Python Terry Gilliam e Tom Waits um delirante "The Imaginarium of Dr. Parnassus". Morreu ontem entre o almoço e uma massagem, em Manhathan. De overdose. Dizem.

sábado, janeiro 19, 2008

Smokers Outside The Hospital Doors



A recomendação veio pelos caminhos do Santiago. Nuestro hermano, que não o das vieiras, mas o que gosta de Vale Meão. E recomendou os Editors. Banda indie de Birmingham, liderada por Tom Smith. Este tão actual "Smokers outside..." foi o single que lançou o seu último álbum "An End has a Start". Os baixos e a voz lugubre evocam Ian Curtis e os Joy Division. Mas estes Editors têm alma própria.



"Bones", "Racing Rats" ou "When Anger Shows" canções de enorme beleza, emergindo sob o manto diáfano de uma velada tristeza uma força transcendente, a guitarra e a voz de Smith directas ao coração. E a simplicidade de um piano e a voz de Smith agora evocando Peter Hamill em "Well Worn Hand". Estes Editors carregam com o peso do Mundo, cantando hinos com a beleza das coisas simples.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Tables du Monde (22) Shis

Fica literalmente em cima da Praia do Ourigo, na Foz do Douro. É ideal para almoçar em dias de Sol, na esplanada ou na sala, com o azul do mar em fundo. Ou para um jantar romântico em que o prateado do mar penteia a praia iluminada, com o Farol da Barra de Aveiro ao fundo. Ou um almoço com a chuva a fustigar as vidraças e o mar a cavalgar os molhes da foz tão bem desenhados por Carlos Prata.

O médico Ricardo Campos Costa sempre teve a mania de fazer as coisas em grande. Como ele. E quando decidiu abrir um restaurante escolheu um dos espaços mais belos do Porto, o Ourigo, e foi buscar ao Cafeína Paulo Lobo para decorar a sala, e António Silva Vieira, um dos melhores chefs do Porto. E o Shis é, já, um grande restaurante.

Sala agradável, em que os candeeiros de papel e os tons pastel da amesendação conferem um ar cosmopolita à estrutura de madeira cravada na praia, serviço afável e atento, apenas se recomenda melhor sincronização a servir grupos maiores, já que é desagradável ficar alguns minutos a olhar para a comida enquanto se espera pela entrada do parceiro do lado. Excelente carta de vinhos com boas propostas de vinho a copo e um balcão que pode ser sushi bar. Mais a arte do chef com alguns dos pratos que lhe trouxeram a fama no Cafeína revisitados e sobretudo novas e sublimes criações. E uma carta de Sushi.

No último mês fiz três visitas ao Shis. Nas entradas provaram-se os sashimis mais os crepes japoneses de camarão e o melhor dos makimonos, o Hot Philadelphia, que considero ideal para a iniciação aos paladares nipónicos. E deitou-se, com inveja o olho numas Vieiras e um ravioli de crescer água na boca e sobretudo nas Variações de Foie Gras ( Inteiro, em Bloco com compota de figo e em espuma) que casou na perfeição com o Gradjó Late Harvest.

A carta oferece excelentes opções nas pastas e nos risottos, com destaque para o Risotto Nero de Povo Confitado, e para carnívoros uma generosa oferta de Tornedós, com referência especial para o Wellington que já conheciamos da Rua do Padrão. E o Fondant de alheira de caça em redução de Cabernet Sauvignon, voluptuoso, divinal, inesquecível.

Por falar em volúpia, a refeição terminará em com os Fondants de Chocolate ou de Caramelo, para mentes pecadoras, ou a Blattertorte de Framboesas, a tarte Tatin ou o Bolo de Chocolate Amenteigado para mentes saudosistas de outros espaços.

A carta dos vinhos é completíssima, com muitas pintas, guiados pela batuta do sommelier Carlos Magalhães pelos xistos e meandros dos melhores vinhos que o Douro e o Alentejo nos Dão. E com apossibilidade de poder pedir um copo de Vale Meão.

Este Shis é pois uma aposta ganha dum expert em raios X, sendo já nome sonante e magnético da gastronomia portuense.

Miro

"No tempo em que a vida era um sonho que passava à nossa frente, cada dia uma nova página de um livro sem fim, eu tinha um ídolo. Não, não era o Eusébio, que estava sempre aleijado e até foi jogar para o Beira-Mar. Nem o Yazalde, apesar dos mais de 40 golos que marcou só num ano. Tão pouco o Pélé. Sem o Jairzinho e o Rivelino, o Tostão e o Gerson, o que valia o Pélé?. Acima desses estava o Cruyff, que comandava uma vistosa equipa de gadelhudos com nome apelativo e equipamento bonito. Mas o meu ídolo mesmo era o Miro. O Miro era de carne e osso, morava mesmo ali ao lado da escola, tinha só mais 2 anos do que eu e era tão bom como o Cruyff...que digo eu...era melhor do que o Cruyff. O Miro fazia o que queria com a bola, o Miro jogava com os dois pés, fintava com os dois pés, fintava um, dois, três, todos os que lhe aparecessem à frente, o Miro olhava para um lado e passava a bola para o outro, o Miro marcava golos de todas as formas e feitios, com os pés, com a cabeça, em jogada corrida, de livre directo (ou até de livre indirecto....ele encarregava-se de pôr alguém de confiança a dar um toquezito para o lado).

Aos 11 anos, no 2º ano do Ciclo Preparatório, tive a sorte de ficar na mesma turma do Miro (depois de um ano a penar numa turma de moços da aldeia, em que ninguém tinha jeito para a bola). A turma dos caxineiros. Foi um regalo. Ganhámos a toda a gente. Não só em futebol como no resto. Até no basket o Miro era melhor do que os outros. No futebol, a concorrência era enorme, mas lá consegui um lugarzinho na equipa. Lembro-me bem da grande final. Era contra uma turma de "vileiros", comandados por um tal Quim Vitorino, rapaz encorpado, já com os seus 14 anos (como o Miro), que alguns teimavam que era ainda melhor do que o Miro. Durante uma semana não se falou de mais nada. O Miro dava as ordens. Tu jogas à esquerda e tu à direita, tu na defesa e tu no ataque à minha frente. E tu ficas preparado para entrar se alguém se magoar. Foi a minha primeira final....e foi a minha final de sempre. Goleámos os "vileiros".....7-3, 8-3, ....a memória aqui atrapalha-se, lembro-me que até eu marquei um golito....mas a prova estava feita. Em futebol, os caxineiros eram os melhores e o Miro era definitivamente o maior.

Acabado o ciclo, perdi o contacto com o Miro. Soube que o pai o obrigou a ir para o mar e nem Varzim nem Rio Ave, não havia tempo para treinar. Ao contrário de muitos dos que estiveram naquela final, a começar por mim que, apesar de bem mais fraquinho, lá fiz a minha carreira de futebolista jovem no Rio Ave, de que tanto me orgulho, e a acabar no Quim, que chegou a Campeão Europeu em Viena, ao Miro roubaram-lhe a alegria de jogar futebol na idade em que todos gostamos de jogar futebol. Passados quase 10 anos, o Miro apareceu de repente a jogar no Varzim. Apenas 1 ou 2 anos depois de se ter inscrito oficialmente pela 1ª vez no Malta (segundo rezam os jornais) já como sénior. Cheguei a vê-lo 2 ou 3 vezes mas o encanto tinha-se perdido. Era um defesa-esquerdo razoável, rápido e raçudo, mas os sinais do Cruyff tinham-se desvanecido. E entretanto tinham aparecido o André e o Vitoriano e era desses que se falava. Ainda esteve uns anos no Varzim. Passou pelo Aves e acabou no Oliveira do Bairro. E voltou ao mar.

Há 2 ou 3 anos vi o Miro num café das Caxinas. E o Miro continuava igual....e lembrava-se de mim e tratou-me pelo meu nome, o que me deixou orgulhoso. Foi a última vez que o vi. Hoje o Miro deixou-nos. Desapareceu na porra do mar, o mar traiçoeiro que já tanto o tinha castigado. E eu chorei. Um bocado do meu sonho ficou para sempre no mar frio da Bretanha."

JMF

quarta-feira, janeiro 02, 2008

"Redacted"

É verdade. Andei desaparecido. Perdido entre trabalho e reuniões. E algumas caixas de DVD, de "24" a "Rescue Me". .Voltei com o ano novo. Para falar de um filme. De Brian de Palma. Um filme que põe o dedo na ferida. Numa ferida com seis anos. Já não é uma ferida. É uma pústula. O cheiro nauseabundo da gangrena pairando no ar.



O filme chama-se no original "Redacted". Abre com "Sarabande" de Handel. Que nos remete para a memória de "Barry Lyndon". Mas do encanto inicial chegamos ao fim com um gosto amargo na boca. Não o amrgo doce do Chop-Suey. Nem o amargo duma Bitter Ale. É mais o amargo ácido do suco gástrico. Um soco no estômago. O mesmo que se sente no final da "Pastoral Americana" de Philip Roth.




De Palma revisita o tema de "Casualties of War". Partindo duma história real, filmada em jeito de documentário. E que poderia terminar não com as fotos censuradas pelo produtor, mas com o monólogo de Kurtz que Coppola foi buscar a Conrad. O horror, o absurdo duma guerra sem sentido. Concordo com Roosevelt que disse "If I must choose between righteousness and peace I choose righteousness". Mas esta guerra no Iraque tem mais a ver com a Darkness de Kurtz do que a Rightness de Roosevelt. É isso que nos recorda este filme. Poderá não ser um grande filme. Mas recomenda-se. Vivamente.