sábado, abril 28, 2007

Do You Marry Me?


É mesmo um convite. Em sentido figurado, claro. Tentador. Surpreendente. Inovador. Para diabinhos, que gostem de prazeres. Para aceitar, de olhos fechados. Digo eu.

Desgostos de Amor

Estou mais uma vez em San Diego, na minha visita habitual por trienio, desde 95.

Cheguei ontem ( 6AM de hoje em Portugal). Ao ligar a CNN fiquei com o coracao destrocado. O Alec Baldwin a pedir desculpas a filha e a America por causa de um voice mail que a sua encantadora ex, Kim Basinger, tornou publica. O Brad Pitt a mandar uma mensagem a Jennifer Anniston a dizer que esta cansado da Angelina Jolie ( sera possivel?) e que tem saudades dela. A Katie Holmes apaixonada pelo marido, Tom Cruise, mas sufocada pela Cientologia. E o George Tenet em todas as cadeias (menos a Fox, porque sera?) a dizer que se sente traido pela Casa Branca, essa megera. Que foi usado como bode expiatorio, que sempre foi fiel a dita casa. Sinistro? You bet. Novela a seguir no Larry King.

quinta-feira, abril 26, 2007

Vintage: In the Court of Crimsom King (1969)



Passou,há dias, quase incógnito por Coimbra o guitarrista Robert Fripp

Simplex


Desde Janeiro para alugar carro no Dubai e Oman é necessário uma carta de condução local. A nossa carta já não é suficiente. Caso contrário arriscamos uma multa. Ainda não a prisão, porque o Mantorras não é Omanita.

Assim, depois de um dia de condução ilegal, eu e o Paulo dirigimo-nos ao posto da polícia do Deira City Center, um dos inúmeros shoppings do Dubai. Preenchido um impresso, fotocopiados pasaporte e carta de condução, e feito um exame de visão num oculista do shopping ( caricato um Professor de Oftalmologia e o coordenador da Cirurgia Implanto-Refractiva de Portugal serem examinados por uma rapariguinha do shopping qualquer) e tirado uma foto digital, a carta logo ali foi impressa.

Em menos de uma hora. E com equivalências mais fáceis que na UnI. Nem o simplex. À atenção do nosso PM.

quarta-feira, abril 25, 2007

O meu 25 de Abril mete cravos... cor-de-rosa

Um destes dias, durante o almoço, houve um tom de voz vindo da TV que me fez parar de fazer alteres com a colher da sopa. Instintivamente olhei para o televisor. Estava sintonizado na SIC, no programa da Fátima Lopes. O dono do tal tom de voz encontrava-se lá dentro, rodeado por vários comentadores do social, numa rubrica que soube depois chamar-se «Tertúlia Cor-de-Rosa». Tudo gente que é paga para comentar a vida dos outros, a quem chamam «Jet-Set», as pessoas que conheço das capas das revistas que costumam decorar o balcão do sítio onde tomo café todos os dias. A maior parte delas confessam ocupações pouco aristocratas, que variam entre cabeleireiros, decoradores, relações públicas, futebolistas, arquitectos de interiores, empresários de negócios vários e, até, estes mesmos cronistas do social. Tudo profissões que parece só existirem em Lisboa, na sede das revistas cujas capas ocupam e que, aparentemente, lhes darão muito dinheiro a ganhar. Estes comentadores do social nacional têm em comum falarem um português algo gago e pleno de pontapés-na-gramática, mas com o qual se esforçam por se exprimirem de uma forma, ao mesmo tempo, afectada e sapiente. Sapientemente afectada. Ou afectadamente sapiente. Em ambos os casos, sem que se perceba muito bem porquê.

Não foi, entretanto, difícil identificá-lo ali. Tem, agora, um físico tão entroncado quanto a voz, cavernosa de muitos cigarros e, ao que consta, de outros tantos vícios. Encontrava-se negligentemente sentado num sofá, quase deitado, a trocar opiniões com os outros presentes e interrompendo-se mutuamente, como se o que um tivesse para dizer fosse sempre mais urgente do que a urgência do comentário do outro. Fátima Lopes parecia que o tratava com a maior deferência que se concede aos mais conhecedores, ou mais experimentados, frequentadores do milieu. Por vezes, quando os outros comentadores esgrimiam argumentos divergentes ou a conversa se tornava pouco consensual, passava-lhe a palavra e ele respondia, ou concluía, de uma forma quase sempre doutoral. A mesma pose e teatralidade que eu lhe conhecia de outras ocasiões, em palcos bem mais pequenos do que os das televisões. Muito embora igualmente notados, no caso, pela minha própria memória do meu 25 de Abril. Daí a surpresa por ter encontrado, ali na «Tertúlia Cor-de-Rosa», o João Malheiro. Como já havia sido surpreendente tê-lo visto, antes, noutros palcos. Os quais jamais imaginei que ele pudesse vir a pisar.

Vintage: Riders on the Storm (1971)

Grandes portugueses: Salgueiro Maia



Foi o rosto da Revolução. Vindo de Santarém, a sua coluna parou num vermelho semáforo do Campo Grande. Às seis da manhã ocupou o Terreiro do paço. Acabou com o regime quando colocou a cabeça na boca de um canhão e nenhum militar ousou cumprir a ordem de um brigadeiro fiel ao regime para o abater. Depois subiu a Rua do Carmo, onde caiu Marcelo. Ao final do dia, quando alguns emproados militares com ar sul americano apareceram ao Pais como Junta de Salvação Nacional retirou-se para Santarém.

Nunca se envolveu nos excessos da revolução. Nunca pediu promoções nem honrarias. Símbolo de coragem e generosidade, morreu jovem como é timbre dos mitos.

E depois do adeus

Há 33 anos esta canção deu ínicio à revolução dos cravos.



Faz hoje um ano que acabou "O Vilacondense". Como cantava o Paulo de Carvalho, e depois do adeus ... o ficarmos sós.

segunda-feira, abril 23, 2007

domingo, abril 22, 2007

Selecção Nacional (5) Percebes

É certo que já aproveitei uma escala de quatro horas no Charles de Gaulle para fazer uma “degustation d´huitres” no Garnier. E que eu sei que o nosso melhor Cavaco não é o de Belém mas o do mar dos Açores, em coabitação com a craca. E é sabido que estou em pulgas por voltar ao “Es Moli del Sal”, em Formentera, para me deleitar com o “arroz negro de bogavante”. Ou seja, o marisco é para mim uma perdição. Literalmente. Nem Danacol nem Inegi, 260mg/dl repartidos pelos crustáceos e o Queijo da Serra .

Mas de entre todos, o meu preferido é um pequeno crustáceo, patinho feio dos mariscos, repugnante aos olhos de tantos, improvável preciosidade gourmet, apenas apreciado na nossa Península Ibérica. Aprendi a gostar de percebes nos fins de tarde de Verão dos anos 60, na praia do Mindelo. Com o meu pai, numa esplanada, para ele um fino, para mim uma Laranjina C, e um pratinho de percebes. Que o dono do café apanhava durante a maré vaza no majestoso Penedo de Guilhado.

Carnudos, suculentos, o oceano inteiro dentro do seu pedúnculo, sorvido até à última gota. Os melhores são os mais grossos e menos longos, alaranjados, com o sabor mais concentrado que os de pedúnculo mais longo.

Os nossos vizinhos galegos dizem “auga a ferver, percebes botar, auga a ferver percebes sacar”, ilustrando a simplicidade da preparação. O que não impede que sejam incluídos ns menus de restaurantes como o “Martin Berasetegui” ou o “El Bulli".

Claro que o Adrià não se limita a fervê-los em água.

Para os comer é necessária uma apurada técnica para não acabar o petisco com a nossa camisa e a do vizinhos borrifada em tons laranja. Há que agarrar o bicho pela unha, com a ponta virada para cima e com a outra mão, de modo gentil mas decidido, arrancar-lhe o pedúnculo. E saboreá-lo. De preferência ao pôr do sol. Com a frescura dum Alvarinho a embalar o fim de tarde.

Vintage: Jailhouse Rock (1957)

sexta-feira, abril 20, 2007

Vintages: "Gimmie Shelter" (1969)



We did Gimmie Shelter in a big room at Olympic Studios, and then did the overdubs in L.A. with Merry Clayton. In London Keith had been playing the groove a few times on his own Mick Jagger, 2003

That was done on a full-bodied, Australian electric-acoustic, f-hole guitar. It kind of looked like an Australian copy of the Gibson model that Chuck Berry used... It had all been revarnished and painted out, but it sounded great. It made a great record... And on the very last note of Gimmie Shelter, the whole neck fell off. You can hear it on the original take.Keith Richards, 2002

That's a kind of end-of-the-world song, really. It's apocalypse; the whole record's like that.Mick Jagger, 1995

And I know it was during that time of the Vietnam War and so on, so it was very much the awareness that war is always present, or almost... very present in life.Mick Jagger, 2003

Charles Lloyd Quartet


Grande concerto ontem na Casa da Música com Jason Moran, Reuben Rogers e Eric harland. Nunca ouviram falar? Pois é. São pouco conhecidos. E no entanto Jason Moran é, aos 31 anos, um dos maiores pianistas de jazz contemporâneos. Virtuoso, vibrante, original, é também um grande compositor, galardoado com o SESAC 2007. Reuben Rogers é um contrabaixista fabuloso, que inundou o palco de emoção, ritmo e harmonia com a sua energia creativa. Eric Harland é um predestinado, cheio de swing, que aquece qualquer sala. Por vezes excessivo, abafando o piano de Moran, mas fabuloso nos solos com que nos brindou.

Juntaram-se para formar o Charles Lloyd Quartet, com o veterano e original saxofonista, símbolo da avant garde e da world music, compagnon de route de Keith Jarret, Miles davis, John Coltrane e Ornette Coleman, que depois de retirado nos anos 70 aos 31 anos, regressou à ECM no final dos anos 80. E nos encantou com o seu sax tenor e a sua flauta. E se deixou encantar pelo talento dos jovens músicos que o acompanham.

A Sala Suggia não encheu para os ver. Oxalá a Culturgest logo à noite se encha. Quem faltar não sabe o que perde.

Teoria da Relatividade



Porque é que fiquei tão chocado com o ataque na Virginia Tech e fiquei indiferente a este ataque? Que paradoxo é este?

quinta-feira, abril 19, 2007

Vintages: "Stairways to Heaven" (1971)



Com música de Jimmy Page e letra de Robert Plant, do mítico álbum "Led Zeppelin IV".
E a curiosidade no site da banda da crónica do então jovem Cameron Crowe, que baseado na sua experiência como jovem repórter da Rolling Stone realizou o filme "Almost Famous".

Choque tecnológico



"Oh the hapiness I could had mingling among you hedonists, being counted has one of you..." "
"You had a hundred billion chances and ways to have avoided today,"
"But you decided to spill my blood. You forced me into a corner and gave me only one option. The decision was yours. Now you have blood on your hands that will never wash off."
"You have vandalized my heart, raped my soul and torched my conscience,"
"You thought it was one pathetic boy's life you were extinguishing. Thanks to you, I die like Jesus Christ, to inspire generations of the weak and the defenseless people."
"Your Mercedes wasn't enough, you brats,"
"Your golden necklaces weren't enough, you snobs. Your trust funds wasn't enough. Your vodka and cognac wasn't enough. All your debaucheries weren't enough. Those weren't enough to fulfill your hedonistic needs. You had everything."

Chocante? Claro.

terça-feira, abril 10, 2007

Sultões



Estes sultões foram comigo para o Oman, mas com 2000 músicas no iPod Nano, nem os ouvi.

segunda-feira, abril 09, 2007

Omanizados

Muscat foi reconquistada aos portugueses em 1650 pelo Sultão bin Saif al-Yarubi. Depois de uma breve ocupação pelos persas o Oman foi reinado pela dinastia Al Bu Said. Até 1970 o Oman atravessou um declínio comercial e permaneceu isolado do Mundo. A rede eléctrica estava quase circunscrita a Muscat. Após o golpe que levou o Sultan Qaboos bin Said ao poder o Oman vem marcando pontos como destino turístico, embore preserve as suas raízes tradicionais.

No vizinho Dubai constroi-se o arranha céus mais alto do mundo. Tem os melhores torneios de ténis, golfe ou corrida de cavalos.
No Oman controi-se a maior mesquita do Mundo num País onde nenhum prédio pode ter mais de quatro andares.

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terça-feira, abril 03, 2007

Albuquerque, um grande português

Muscat foi conquistada pela armada de Afonso de Albuquerque em 1508, permanecendo praça portuguesa até 1654, já que após a queda de Ormuz em 1622, e enfraquecidas pelo domínio castelhano, as forças lusas não resistiram ao assalto de Sultan bin Saif.
Dessa época resta a herança dos fortes portugueses de Jalali ( São João) e Mirani, que ainda hoje dominam a baía de Muscat, enquadrando o Palácio Qasr al Alam, do Sultão Qaboos bin Said.

Albuquerque, nome ainda hoje recordado por estes lados. Não dominando o inglês técnico, políticamente incorrecto e pouco respeitador dos direitos humanos, era um português de rija têmpera, dos que fizeram Portugal grande.

Inglês Técnico

Depois de uma visita ao velho souq de Mutrah, uma saída por uma porta lateral levou-nos a um labirinto de estreitas vielas. Deparamos com un trio de teen agers locais que praticavam criquet. Abordados em inglês, com toda a simpatia, nos indicaram como sair do imbrincado labirinto. Não sem antes revelarem ser adeptos da selecção de Cristiano Ronaldo, Figo e Deco.


Uma surpresa o facto de a esmagadora maioria dos omanis falar inglês. De crianças a adultos. Até porque ao contrário do Dubai manter bem vivas as raízes da cultura árabe e da religião muçulmana.

Almoço no Dubai

Na despedida do Dubai, e depois de obtida a carta de condução local (um cartão idêntico à nossa carta) numa hora, fomos almoçar ao Dubai Crek Golf Club. Espaço paradísiaco, o calor temperado por aconchegadora sombra, rodeados de água e do verde do campo de golfe, com a velha cidade na outra margem, e as silhuetas dos arranha céus do centro financeiro como pano de fundo.
Perante tal cenário a comida era o que menos interessava.
Mas estava bom o Nasi Goreng, mais o peito de pato e a salada de frango. Mais o salmão das meninas. MEsmo para não golfistas recomenda-se a visita.

Jantar em Muscat (1)

Depois de na véspera termos experimentado o luxo do Chedi, fez-se a vontade do Paulo. Que queria um genuíno jantar árabe, típico do Oman. Consultadas diversas fontes escolhemos o Bin Attique. Em pleno centro financeiro de Muscat, em frente ao imponente Banco Central do Oman.

O Bin Attique era mesmo genuíno. Fomos levados para uma pequena sala privada e, sentados no chão, seguimos as sugestões do nosso anfitrião.
Que nos presenteou com deliciosos sumos de manga e de laranja. E um pão árabe com houmous excelente. O arroz de açafrão com borrego, o caril de camarão e o frango desfiado com cebola e tomate encantaram. Já a lagosta e o borrego frito deixaram algo a desejar. Ao contrário do peixe grelhado com arroz árabe que fez as delícias de umas irrequietas crianças. Por este jantar para 4 adultos e 2 crianças pagamos 40€.

Em suma, um jantar diferente, que se recomenda vivamente. Para fugir ao luxo dos hotéis e sentir os aromas e paladares do Oman. Nação rica em tradições, com Portugal e os portugueses fazendo parte da sua história. Com um povo genuinamente simpático e culto, sempre pronto a ajudar.